Criada em setembro de 2022, no âmbito do projeto “Rede Audiovisual das Mulheres Indígenas” do Instituto Catitu, a Rede Katahirine é fruto de uma escuta qualificada de mulheres indígenas, envolta de uma lógica que acompanha a evolução e a transformação do movimento das mulheres em relação ao lugar que elas, hoje, estão conquistando. A Rede faz parte e fortalece esse novo momento de protagonismo das mulheres indígenas.
A criação da Rede Katahirine vem também afirmar a importância de construir uma rede de diálogo intercultural e reflete a urgência de repensarmos a maneira como reproduzimos nossa educação colonial como sociedade. O sistema patriarcal e o machismo estruturais no Brasil afetam a vida das mulheres indígenas, e apesar de haver mulheres originárias que representam suas cosmovisões por meio da linguagem audiovisual, é pouco o reconhecimento que têm e, portanto, ínfima a valorização de seu trabalho. Assim, a Rede Katharine vem possibilitar, atuando na incidência em políticas públicas, que as mulheres tenham novas oportunidades de formação produção e distribuição de seus trabalhos.
Como primeira iniciativa de mapeamento e articulação do cinema indígena feminino no Brasil, a Rede Katahirine tem a missão importante de ser ferramenta de divulgação do cinema realizado pelas mulheres indígenas. Katahirine é uma palavra da etnia Manchineri que significa constelação. Assim como o próprio nome sugere, Katahirine é a pluralidade, conexão e a união de mulheres diversas, das jovens às mais velhas, que se apoiam e promovem mulheres indígenas através do audiovisual.